Em matéria de capa, Istoé ignora governo Bolsonaro e resgata caso da suposta "amante" de Lula

A revista semanal ignorou completamente todos os fatos políticos dos 10 - conturbados - primeiros dias de governo de Jair Bolsonaro e resolveu seguir atacando o ex-presidente Lula com uma "não notícia" sobre Rosemary Noronha, ex-assessora da presidência

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A revista Istoé, que nos últimos anos se tornou uma referência entre as publicações antipetistas, com ataques quase diários contra Lula e o PT e reportagens, no mínimo, questionáveis do ponto de vista jornalístico, segue com sua sanha contra o ex-presidente, mesmo após sua prisão e a derrota de seu partido no último pleito eleitoral. Nesta sexta-feira (11), enquanto quase toda a imprensa, inclusive a internacional, estampa em suas manchetes fatos políticos e balanços dos 10 primeiros dias do governo de Jair Bolsonaro, a Istoé levou às bancas uma edição com a seguinte capa: "As novas encrencas da ex-amante de Lula". Com duas "reportagens especiais" que não trazem notícia alguma, a publicação requenta o antigo caso da ex-assessora da presidência da República, Rosemary Noronha, que ficou conhecida na imprensa como "amante" do ex-presidente. Ela nega a acusação. Uma das reportagens fala sobre as supostas tentativas de Rosemary de "despistar" a Justiça nos processos que responde decorrentes de supostas fraudes cometidas na Operação Porto Seguro. Diante da falta de notícia, o repórter discorre sobre sua aparência física e sua condição financeira.  "Emagreceu, perdeu prestígio e dinheiro. Hoje, tenta exibir humildade, característica que jamais foi o seu forte". A outra matéria é uma entrevista com uma irmã de Rosemary, que afirma não saber seu paradeiro e conta detalhes sobre a "intimidade" entre a ex-assessora e Lula. Enquanto isso, o governo de Jair Bolsonaro segue fazendo piada com parte da imprensa e a Istoé, demonstrando obediência ao capitão da reserva, ignora a falta de entrosamento do novo governo, os recuos, esconde matérias sobre as trapalhadas da primeira semana de gestão, as nomeações amigas e o caso do ex-assessor Fabrício Queiroz.