OPINIÃO

Calma, mercado! O povo é prioridade! - Por José Guimarães

Esse mercado, que reclama, não passa fome. Esse mesmo mercado não pensa em como a dignidade humana é afetada pela falta de comida e pela ausência de reajuste do salário mínimo.

Lula.Créditos: Ricardo Stuckert
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Um fenômeno estranho estampou as manchetes dos principais jornais do país nas últimas semanas. Parcela do mercado que assistiu, silente, a Bolsonaro furar o Teto de Gastos em R$ 795 bilhões nos últimos quatro anos, alardeou uma histeria desnecessária com a PEC da Transição, que estima o valor de R$ 175 bilhões para, veja só, garantir o Bolsa Família de R$ 600.

Esse mercado, que reclama, não passa fome. Esse mesmo mercado não pensa em como a dignidade humana é afetada pela falta de comida e pela ausência de reajuste do salário mínimo. Vale lembrar que os oito anos de governo Lula foram marcados por responsabilidade fiscal e social. Aliás, ele só teve como cuidar dos mais pobres porque houve equilíbrio financeiro nas contas públicas.

A PEC do Bolsa Família e do Salário Mínimo, como assim gosto de chamar a PEC da Transição,  é essencial para o país. Ao prorrogar o auxílio emergencial, ajustar o salário mínimo e dar conta de outras necessidades, a proposta vai ao encontro de boa parte das promessas de campanha do presidente Lula. Ela é a PEC da organização, pois vai colocar ordem no desajuste fiscal patrocinado pelo governo Bolsonaro.

Não há motivos para esse frisson dessas forças do mercado. Todos sabem que o Lula foi eleito com um programa cuja base é a possibilidade de dar aos brasileiros a dignidade necessária para comer três vezes ao dia. Quem alimenta alardes desnecessários vai contra a responsabilidade social necessária para o cumprimento dos preceitos constitucionais de respeito à vida e à integridade humana.

Nossa proposta não significa irresponsabilidade fiscal. O equilíbrio financeiro, na verdade, caminha de mãos dadas com a estabilidade social. Bolsonaro foi incompetente, também, no cumprimento dessas duas tarefas. Fez a bagunça fiscal e uma verdadeira arruaça nos programas sociais. O resultado está aí, com um rombo fiscal de R$ 400 bilhões e 33 milhões de brasileiros passando fome. 

Tudo caminha para a aprovação da PEC. Se houver mudanças, serão pontuais, nada que impeça o alcance das metas principais e necessárias para a restauração do estado de bem-estar social do povo brasileiro. Acredito que, juntos, vamos construir um amplo consenso, pois é o que o país deseja. 

O novo governo será de todos, com respeito às diferenças, em um pleno exercício democrático. Teremos uma atenção especial aos que mais precisam, e tal conquista será resultado de um esforço que precisa ser feito agora, durante a aprovação da PEC. Lula tem um compromisso firmado com a reconstrução do país. Só assim será possível fazer o Brasil feliz de novo.