Baseada na inexistente “ideologia de gênero”, Seduc de Santo André proíbe linguagem neutra nas escolas

Medida foi inspirada no PL do vereador Marcio Colombo, que acha que palavras como “benvindx” são usadas pela esquerda para promover a ideologia de gênero

Marcio Colombo - Foto: Reprodução/YouTube
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A Secretaria Municipal de Educação (Seduc) de Santo André divulgou resolução proibindo servidores do setor de usarem “linguagem neutra” ou “linguagem não binária”. A decisão foi baseada em um projeto de lei do vereador Marcio Colombo (PSDB), ligado ao MBL.

Preocupado com a inexistente “ideologia de gênero”, o tucano decidiu que a casa deveria proibir que os servidores usassem linguagem que não pertencesse à norma culta.

Colombo usou o plenário para criticar mensagens postadas em um grupo de WhatsApp, entre pais e professores da creche Angela Masiero, localizada no bairro Vila Junqueira, em Santo André.

Na mensagem a que se referiu, a creche desejava aos pais “benvindx a mais um ano letivo”. Palavras com essa terminação são utilizadas para descaracterizar o “binarismo” da linguagem, que tem o papel de perpetuar os estereótipos de gênero.

Teoria da conspiração

O vereador, usando teoria da conspiração e esbanjando preconceitos, justificou a medida dizendo que esse tipo de termo é usado pela esquerda para promover a ideologia de gênero e descaracterizar a língua portuguesa, contrariando as pessoas que têm religião e acreditam na família.