A masculinidade ancestral e a extrema direita

Além do ódio à democracia, a masculinidade fracassada e destronada é marca dos grupos da extrema direita contemporânea

ReproduçãoCréditos: Casa Branca
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Além do ódio à democracia, a masculinidade fracassada e destronada é marca dos grupos da extrema direita contemporânea

Além de todos os valores que aproximam os movimentos de extrema direita do século XXI, há outro denominador em comum: o resgate do macho alfa, do homem provedor e do resgate de uma masculinidade ancestral que, na mente desses grupos, foi destruída pelos movimentos LGBT e feminista.

Mas o que seria essa tal masculinidade ancestral? Existem algumas pistas, mas, a prncipal dela tem relação direta com o homem colonizador: macho viril, dominador, misógino, estuprador e branco.

Esses valores e essa busca por esse macho ancestral está presente nos discursos dos grupos do Brasil, Polônia, Hungria, EUA e na Inglaterra.

É o movimento dos machos ressentidos, acreditam que perderam poder e que as LGBT e as feministas são as responsáveis por isso, não à toa o ódio comum que esses grupos nutrem pelos dois movimentos citados.

A sociólogoa Wendy Brown estuda essa característica em seu livro "Nas ruínas do neoliberalismo", destaco um trecho da obra:

Ou seja, para derrotarmos esses grupos temos de ir além da questões das econômicas.

(…) o populismo de direita nasce hoje do ressentimento de classe ou de outros tipos de ressentimento, se trata da raiva dos que foram deixados para trás economicamente ou da raiva do masculinismo branco destronado […] sorimento, humilhação e ressentimento não sublimado tornam-se uma política permanente de vingança, do ataque àqueles culpados por destronar a masculinidade branca - feministas, multiculturalistas, globalistas (e eu incluo as LGBT), que tanto destituem quanto desdenha deles. (p.217).

*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum