Neste domingo (14) foi levado ao ar pelo canal HBO o nono episódio da série The Las of Us, novo fenômeno de audiência que acompanha a trajetória de Ellie (Bella Ramsey) e Joel (Pedro Pascal), que vivem um futuro apocalíptico onde a civilização foi destruída depois de uma pandemia causada por um fungo capaz de controlar a mente das pessoas e transformá-las em zumbis.
A trama de The Last of Us é ficção científica, no entanto, uma cidade dos Estados Unidos está sendo aterrorizada por um fungo que está cobrindo casas, plantações e carros.
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O referido fungo se chama Baudoinia compniacensis, mas está sendo popularmente chamado de "fungo do uísque, pois, ele se alimenta de vapor de etanol e quanto mais álcool, mais o fungo se expande e se espalha.
Existente há séculos, o fungo sempre prosperou em torno de destilarias e padarias. Porém, agora está sendo motivo de tensão e brigas entre moradores do Condado de Lincoln, no Tennessee, que vivem perto de uma destilaria do famoso uísque Jack Daniels, fundada em 1866.
Uma cidade coberta de fungo
Segundo informações de uma reportagem do New York Times, já faz alguns meses que os moradores do condado se queixam com as autoridades locais sobre uma crosta escura e fuliginosa que tem coberto casas, carros, sinais de trânsito, alimentadores de pássaros, móveis de pátio e árvores.
Para os moradores do Condado de Lincoln a destilaria Jack Daniels é a responsável pelo fato de o fungo ter se espalhado de maneira incontrolável.
Atualmente há seis armazéns da Jack Daniels no condado. Tais locais são conhecidos como barrehouses, onde se dá o processo de envelhecimento. Segundo denúncias, o fungo se espalhou se alimentado por vapores de álcool que flutuam nos barris de carvalho carbonizado.
Apesar da queixa de parte dos moradores, a produtora do uísque Jack Daniels anunciou que está construindo mais uma destilaria com autorização do Condado.
Uma representante da empresa, Donna Willis, declarou às autoridades do condado que 14 casas de barris gerariam US$ 1 milhão de receita anual de impostos sobre a propriedade para o condado, que aprovou cerca de US$ 15 milhões em gastos gerais do fundo para o ano fiscal
Porém, um juiz decidiu na semana passada que uma casa de barris, que está em construção, não havia sido devidamente aprovada e que sua licença de construção teria que ser rescindida até que a Jack Daniels obtivesse as licenças necessárias.
Neste momento, uma família que reside em Lincoln, está processando o condado. Christi Long, dona de uma mansão local que realiza festa de casamentos e outros tipos de eventos, afirma que a sua propriedade foi ocupada pelo fungo.
Christi e Patrick Long afirmam que o fungo do uísque escureceu o telhado, as paredes externas, as rochas do jardim. O casal também afirma que usam uma mangueira de alta pressão para lavar a propriedade a casa três meses, que o fungo sempre retorna.
O fungo afeta a saúde humana?
Melvin Keebler, gerente geral da Jack Daniel’s Distillery, declarou por meio de um comunicado que a empresa "cumpre todo os regulamentos locais, estaduais e federais em relação ao projeto, construção e permissão de nossas casas de barris. Estamos comprometidos em proteger o meio ambiente e a segurança e a saúde de nossos funcionários e vizinhos", disse.
A empresa também já afirmou, durante uma reunião do Condado, em novembro, que o fungo não é prejudicial à saúde humana, mas reconheceu que sim, ele pode ser um incômodo. "Poderia ser um incômodo? Sim, claro. E isso pode ser facilmente remediado com lavagem", disse Willis.
Porém, o professor e pesquisador James A. Scott, da Escola de Saúde Pública Dalla Lana da Universidade de Toronto, que pesquisa o fungo em questão desde 2001, declarou que não existe nenhum estudo que afirme ou aponte que o fungo, de fato, não seja nocivo para a saúde humana.
"O fungo é bastante destrutivo, e a única maneira de detê-lo é desligar o seu suprimento de álcool. Ele destrói móveis, tapumes de casas, quase qualquer superfície externa. Eu vi árvores sufocadas até a morte por causa dele. É uma pequena misericórdia que também não pareça ter um impacto negativo na saúde humana", disse ao NYT o professor James Scott.
A longa reportagem do NYT também mostra que moradores e imobiliárias estão com problemas para vender as suas respectivas casas, pois, por causa do espalhamento do fungo ninguém quer morar no Condado de Lincoln.