CHINA EM FOCO

Xi Jinping: relações China-EUA são uma das mais importantes do mundo

Presidente chinês recebe representantes de empresários e academia estadunidense em Pequim e destaca importância do bom relacionamento entre as duas maiores economias do mundo

Créditos: Xinhua - Xi Jinping recebe grupo de empresários e acadêmicos dos EUA
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A relação bilateral entre as duas maiores economias do mundo, China e EUA, é uma das mais importantes do mundo. Na medida em que os dois países mantêm laços de cooperação ou de confronto, esse direcionamento recai sobre o bem-estar dos povos chinês e estadunidenses e também sobre o futuro da humanidade.

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Esse foi o cerne da declaração do presidente chinês, Xi Jinping, durante encontro com representantes das comunidades empresariais, estratégicas e acadêmicas dos EUA no Grande Salão do Povo, em Pequim, nesta quarta-feira (27).

"O sucesso dos dois países é uma oportunidade para o outro. Contanto que ambas as partes vejam uma à outra como parceiras e mostrem respeito mútuo, coexistam em paz e cooperem para resultados ganha-ganha, as relações China-EUA vão melhorar," disse Xi.

Este ano marca o 45º aniversário das relações diplomáticas entre a China e os Estados Unidos. A história dos laços entre as duas nações é uma de trocas amigáveis entre os dois povos. Seus capítulos existentes são escritos pelo povo, e o futuro será, claro, criado pelo povo, destacou Xi.

"Como diz um provérbio chinês, fazer o bem é tão difícil quanto subir uma colina, enquanto um passo em falso pode facilmente levar a uma queda livre," disse o líder chinês.

Xi expressou a esperança de que pessoas de todos os setores das sociedades chinesa e estadunidense terão mais visitas e trocas mútuas, expandirão o terreno comum e a confiança mútua, superarão várias distrações e aprofundarão a cooperação mutuamente benéfica, num esforço para trazer mais benefícios tangíveis para os dois povos e injetar mais estabilidade no mundo.

O presidente chinês ouviu atentamente os convidados dos EUA e respondeu aos comentários.

Economia chinesa é sólida e sustentável

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Xi apontou que a economia chinesa é sólida e sustentável. No último ano, a China registrou uma das taxas de crescimento mais altas entre as principais economias e contabilizou mais de 30% do crescimento global como antes. Isso foi devido tanto ao trabalho árduo do povo chinês quanto à cooperação internacional.

"A China chegou onde está hoje após superar todos os tipos de dificuldades e desafios. A China não colapsou como previsto pela 'teoria do colapso da China', nem atingirá seu pico conforme previsto pela 'teoria do pico da China'. Continuaremos a avançar o desenvolvimento de alta qualidade e a modernização chinesa, possibilitar ao povo chinês viver uma vida melhor e contribuir mais para o desenvolvimento sustentável no mundo. Temos a confiança e a determinação de que o desenvolvimento da China tem um futuro brilhante," declarou o presidente.

Xi lembrou seu ditado frequentemente repetido de que a reforma e abertura são a chave para a China contemporânea acompanhar os grandes avanços dos tempos. "A reforma da China não vai pausar, e sua abertura não vai parar", reforçou.

Ele disse ainda que a China tem planejado e implementado uma série de passos importantes para aprofundar a reforma de forma abrangente e promover de forma constante um ambiente de negócios orientado para o mercado, baseado na lei e de classe mundial. Isso criará um espaço de desenvolvimento mais amplo para negócios dos EUA e de outros países estrangeiros.

Diante da situação nova e em evolução nos laços comerciais China-EUA nos últimos anos, os dois lados devem permanecer comprometidos com o respeito e benefício mútuos e consulta em pé de igualdade, seguir regras econômicas e de mercado, expandir e aprofundar a cooperação comercial mutuamente benéfica, respeitar os direitos de desenvolvimento um do outro e trabalhar por resultados ganha-ganha para os dois países e o mundo em geral, elencou Xi.

O presidente chinês destacou que as empresas dos EUA são bem-vindas para participar mais da cooperação do Cinturão e Rota, comparecer a eventos comerciais de grande escala, como a Exposição Internacional de Importações da China, e continuar a investir na China, cultivar o mercado e expandir seus negócios.

Contratempos devem servir de lição

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Xi enfatizou que, nos últimos anos, a relação China-EUA enfrentou alguns contratempos e desafios sérios, dos quais devem ser aprendidas lições.

"A relação não pode voltar aos velhos tempos, mas pode abraçar um futuro mais brilhante", observou.

O presidente chinês comentou que o entendimento mais importante que ele alcançou com o presidente Joe Biden na reunião de São Francisco do ano passado foi sobre a necessidade de estabilizar e melhorar as relações China-EUA.

"Nos últimos meses, oficiais chineses e americanos trabalharam para seguir os entendimentos comuns dos dois presidentes, mantiveram a comunicação e fizeram progressos nos campos político e diplomático, econômico e financeiro, aplicação da lei e combate a narcóticos, mudança climática e interações entre pessoas", pontuou Xi.

China e EUA devem cooperar para o desenvolvimento mútuo

Sob as novas circunstâncias, a China e os Estados Unidos têm mais, não menos, interesses comuns. A China e os Estados Unidos devem ajudar, e não atrapalhar, o desenvolvimento um do outro, tanto em áreas tradicionais como comércio e agricultura, quanto em áreas emergentes como mudança climática e inteligência artificial, avaliou Xi.

Ele disse que promover a recuperação econômica mundial e resolver questões internacionais e regionais exigem que a China e os Estados Unidos coordenem e cooperem um com o outro, e pensem e ajam como grandes países.

Xi convocou o lado dos EUA a trabalhar com a China na mesma direção, desenvolver uma percepção estratégica correta um do outro, tratar de questões sensíveis adequadamente, manter o ímpeto de recuperação e estabilização da relação, explorar ativamente a maneira correta dos dois países se darem bem, e promover o desenvolvimento sustentado, estável e saudável das relações China-EUA.

O que disseram os convidados

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Evan Greenberg, presidente do Comitê Nacional sobre Relações EUA-China; Stephen Schwarzman, presidente e CEO do Grupo Blackstone; Cristiano Amon, presidente e CEO da Qualcomm; Graham Allison, decano fundador da Escola de Governo John F. Kennedy de Harvard; e Craig Allen, presidente do Conselho de Negócios EUA-China agradeceram ao presidente Xi por dedicar tempo para encontrá-los.

Eles notaram que o excepcional crescimento econômico e transformação da China nas últimas décadas falam de sua forte resiliência e vitalidade. Avaliaram que a China está comprometida em desenvolver novas forças produtivas de qualidade e alcançar um desenvolvimento de alta qualidade que é mais sustentável.

Os convidados observaram que os direitos de desenvolvimento do povo chinês devem ser respeitados. Eles expressaram confiança de que a China realizará seus objetivos de desenvolvimento e contribuirá para uma economia global mais forte e integrada. Uma China forte e próspera é uma força positiva no mundo.

Os representantes de setores dos EUA disseram ainda que, compartilhando laços econômicos estreitos, os Estados Unidos e a China só podem se desenvolver e prosperar em coexistência pacífica. A "armadilha de Tucídides" não é inevitável, conceito das ciências políticas que se refere à dinâmica que ocorre quando um poder em ascensão ameaça a posição de um poder já estabelecido

As empresas dos EUA aplaudem as importantes medidas que a China implementou recentemente para avançar ainda mais na reforma e abertura, estão otimistas com as perspectivas de desenvolvimento da China, manterão seu forte compromisso com o mercado chinês e buscarão uma cooperação estreita e de longo prazo com a China, segundo os representantes.

Eles também comentaram que a reunião de São Francisco entre os presidentes Xi e Biden, em novembro passado, fortaleceu a expectativa e confiança de todos os setores da sociedade americana e do mundo nas relações EUA-China.

As comunidades empresariais, estratégicas e acadêmicas dos EUA apoiam os Estados Unidos e a China no fortalecimento de trocas e comunicações em todos os níveis, melhorando o entendimento mútuo, a confiança e a cooperação, unindo forças para enfrentar desafios globais e fomentando uma relação China-EUA estável, sustentável e produtiva, disseram os representantes.