O Uruguai recentemente começou a fazer uso de uma controversa técnica já usada em diversos países do mundo: a chamada “semeadura de nuvens”. A motivação é a crise hídrica pela qual passa o país governado por Luis Lacalle Pou, uma vez que a técnica é capaz de aumentar a quantidade de chuvas no local em que é utilizada. No entanto, cientistas alertam para seus possíveis riscos.
Como funciona
A semeadura de nuvens age de maneira a fazer com que as partículas de água das nuvens, por vezes muito pequenas para gerar uma precipitação, se juntem, formando gotas mais pesadas que, então, serão obrigadas pela gravidade a cair, levando à chuva. Para impulsionar esse processo geralmente são utilizados os sais de prata, principalmente o iodeto de prata, por sua geometria semelhante a de cristais de gelo. Outras possíveis substâncias que podem ser utilizadas são cloreto de sódio, dióxido de carbono sólido (gelo seco), água e carvão ativado.
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Esses sais agem como núcleos de condensação, agregando as gotículas de água dentro das nuvens para dar início ao processo natural da chuva. Para dispersá-los nas nuvens, podem ser usados tanto aviões e foguetes, quanto canhões. No entanto, um método mais barato consiste em queimar a substância química na terra e aproveitar a fumaça que surge da combustão, que sobe e atinge a nuvem.
Controvérsias
Descoberta no século passado pelo químico e meteorologista estadunidense Vincent Schaefer, a semeadura de nuvens causa polêmica desde então. Apesar de já ser usada em diversos países do mundo, alguns cientistas, ativistas ambientais e meteorologistas levantam dúvidas sobre a viabilidade e a eficiência dessa técnica.
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Por ser relativamente recente, as consequências a longo prazo não podem ser previstas, mas cientistas têm hipóteses para alguns problemas. Os produtos químicos utilizados como aglutinadores se misturam com a chuva provocada por eles, podendo trazer riscos a organismos vegetais e animais. Também, não é possível prever quando a semeadura afetará o clima de maneira indesejada, podendo causar desastres, como inundações.