TV Fórum debate direito à moradia. Veja como foi

Programa trouxe membros do movimentos de moradia e urbanistas para discutir um direito constantemente negado à população em geral

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Programa trouxe membros do movimentos de moradia e urbanistas para discutir um direito constantemente negado à população em geral Por Igor Carvalho Direto do pátio da Ocupação Mauá, a TV Fórum discutiu o “Direito à moradia”, em mais um programa transmitido ao vivo pela internet na tarde da última segunda-feira (20) e realizado em parceria com a Pós TV da Casa Fora do Eixo. Participaram do debate Kazuo Nakano, urbanista e arquiteto; o engenheiro e membro do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, Luiz Kohara; a coordenadora da Ocupação Mauá, Ivonete Araújo; o coordenador geral da Frente de Luta por Moradia (FLM), Osmar Borges, e, pela revista Fórum, o editor executivo Glauco Faria, e o repórter Igor Carvalho. Símbolo da luta por moradia em São Paulo, a Ocupação Mauá, recentemente, foi alvo de uma tentativa de remoção. O embate judicial, por enquanto, vai sendo vencido pelas famílias. No prédio, residem 1,3 mil pessoas, em um total de 237 famílias. A ocupação de cinco anos teve sua história contada por Ivonete, mais conhecida como Nete, no começo do programa. Em seguida, Osmar Borges fez uma análise sobre as ocupações encabeçadas pela Frente de Luta por Moradia (FLM) e da atuação dos recentes governos municipais em relação à habitação. “A dificuldade enfrentada pelos movimentos de moradia na cidade é a especulação imobiliária. O Kassab fez 700 moradias, isso é um retrocesso, até o Maluf, com lavagem de dinheiro e corrupção, fez mais”, ironizou. Luiz Kohara lembrou que o déficit habitacional na cidade de São Paulo é equivalente ao número de imóveis abandonados, sem função social. Hoje, de acordo com o IBGE, temos 290 mil domicílios vazios.” Os convidados concordaram sobre a eficácia do instrumento da locação social, modelo adotado na gestão Marta Suplicy (2001-2004) e abandonado na gestão Serra/Kassab. Eleições e o usucapião da Mauá Segundo Nakano, hoje, “pelo menos doze grandes empresas têm comprado terrenos na região da Luz, esperando a hora certa para construir”, em função do projeto urbanístico da prefeitura, o Nova Luz. O urbanista explicou que São Paulo se tornou um grande canteiro de obras muito por conta da lógica de financiamento de campanhas, que atrela candidatos aos interesses do capital imobiliário. Finalizando o programa, Ivonete comentou a informação trazida no programa, de que os moradores, em parceria com o Núcleo de Habitação da Defensoria Pública, entrarão com ações de usucapião. “Estamos preparando os documentos, o laudo que nos autoriza a reformar o prédio e deixá-lo pronto para 130 moradias.” A coordenadora da ocupação salientou que as demais cem famílias que ficarão sem moradia, na Mauá, vão permanecer no movimento. “Vamos lutar. Não estamos tirando nada de ninguém. Estamos buscando o que nos foi tirado um dia”. O programa terminou com a mensagem de Nakano para os candidatos a prefeito de São Paulo. “Fazer bairros adequados, com moradias adequadas para todos, também é distribuir renda.”
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