Presidente da Fecomércio-RJ é preso por envolvimento em esquema com Cabral

Empresário é acusado pela força-tarefa de 'esquentar´notas frias do Sistema 'S'

Orlando Diniz, presidente da Fecomércio - Foto: Divulgação
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O presidente afastado da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio), Orlando Diniz, foi preso em sua residência, no Leblon, zona sul do Rio, na manhã desta sexta-feira (23). Segundo a investigação, Diniz é acusado de ter desviado, com a ajuda do ex-governador Sérgio Cabral, ao menos R$ 3 milhões de duas entidades do Sistema "S", o Sesc e o Senac-RJ, para a Thunder Assessoria Empresarial, firma na qual figura como sócio-administrador. Esta conexão, apontada pela força-tarefa da Operação Calicute, versão da Lava-Jato no Rio, é um dos fundamentos da prisão preventiva de Diniz nesta sexta-feira, ordenada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio. Os policiais tiveram dificuldades para entrar no prédio, que não tinha porteiro e demoraram para subir até encontrarem a chave. Eles também fizeram busca e apreensão na sede da Fecomércio. Outros três funcionários ligados à entidade também são alvos de mandados de prisão, entre eles Marcelo Salles, diretor-geral do Senac-RJ e Sesc-RJ; Plínio José Freitas, do corpo técnico do Senac-RJ, e Marcelo Fernando Novaes Moreira. Após a prisão, os policiais levaram Diniz da casa do pai para sua casa, no mesmo bairro, e por coincidência no prédio de Cabral. Na sequência, ele será levado para depor na sede da Polícia Federal. A operação de hoje foi denominada "Jabuti", em referência à maneira como eram tratados os indicados por Cabral pelos funcionários da Fecomércio. De acordo com a investigação, Diniz subtraiu o dinheiro das entidades entre 2010 e 2015. Para isso, segundo evidências colhidas pelos procuradores, usou notas fiscais frias emitidas, a pedido de Cabral, por duas empresas: a Dirija Veículos e a Viação Rubanil. Diniz - afastado atualmente do cargo de presidente do Sesc-Rj e Senac-RJ por meio de uma liminar - e os demais suspeitos são acusados de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e de organização criminosa.