Fiesp diz que aumento de ICMS por Doria terá efeito cascata na economia; carne e leite subirão 8%

Presidida pelo bolsonarista Paulo Skaf, Fiesp reage à tentativa de Doria de reajustar o ICMS com ameaças de aumento de preços e desemprego

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A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que tem diretores alinhados com Jair Bolsonaro e é presidida por Paulo Skaf (MDB), divulgou uma lista que antecipa os reajustes de preços em diversos setores da economia caso o governador João Doria (PSDB) reajuste o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no estado.

Em uma tabela, a Fiesp lista os diversos setores que serão impactados e o porcentual de repasse ao consumidor, que chega a 14% em suprimentos para a área da saúde, 13,6% na energia elétriza para a área rural, e pode encarecer ainda mais os alimentos, com reajuste de 8,9% para carnes e 8,4% para o leite (veja abaixo).

"Além do impacto direto no bolso das pessoas, tal medida também causará desemprego em São Paulo, uma vez que as empresas terão incentivo para se mudarem para outros estados, onde a carga tributária não subiu, ou mesmo para o exterior, comprometendo a recuperação da economia paulista e brasileira", diz a nota (leia a íntegra).

ICMS
Na madrugada da última quarta-feira, deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovaram o megapacote fiscal enviado por João Doria (PSDB).

O governo paulista diz que o objetivo é cobrir um rombo de R$ 10,4 bilhões das contas do estado, mas bolsonaristas acusam Doria de usar o projeto - que autoriza o poder executivo a renovar e reduzir benefícios fiscais - para aumentar o ICMS.

O PL institui ainda um programa para demissão voluntária de servidores e pretende aumentar a alíquota de contribuição do Iamspe (plano de saúde dos funcionários públicos estaduais).

Hoje, os servidores pagam 2% sobre o rendimento mensal para seu atendimento médico e de familiares. A nova regra propõe cobrança por pessoa, conforme faixa etária, variando de 0,5% a 3% ao mês.