BOLSONARISMO

Professora bolsonarista rejeita alunos na federal do AP por serem “esquerdistas”

A docente deixou de orientar doutorandos em Farmácia porque “ou estão com ela, ou estão contra ela”. Direção da UNIFAP disse que tomará medidas contra a servidora, que recebia bolsa nos governos do PT

Créditos: ASCOM/UNIFAP
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Uma professora bolsonarista da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) dispensou alunos doutorandos de Farmácia por serem, segundo ela, “esquerdistas”. As mensagens com a justificativa surreal foram vazadas na internet e todo o radicalismo ideológico de Sheylla Susan de Almeida foi exposto após a vitória do agora presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Procurem outro professor para orientar vocês. Amanhã estarei entregando a carta de desistência da orientação de vocês. Não quero esquerdistas no laboratório. Portanto, sigam a vida de vocês, e que Deus os abençoe. Se tiver mais algum esquerdista, que faça o favor de pedir desligamento. Ou estão comigo ou contra mim”, escreveu Sheylla no grupo de mensagens que mantém com discentes da instituição pública.

Uma reportagem do UOL que ouviu alunos que foram prejudicados pela professora mostrou que Sheylla, embora da área de Saúde, é extremamente negacionista. Ela postava, no período da pandemia, informações contra o lockdown e outras medidas de prevenção, dizendo que “não funcionavam”, sempre com a já batida retórica bolsonarista de “defender a liberdade.

“E se você questionar o fracasso de todas as medidas que garantiram trazer a sua liberdade de volta: negacionista”, escreveu a professora bolsonarista.

A professora da UNIFAP também ataca ferozmente os governos do PT em suas redes sociais, mas na plataforma Lattes assume que foi bolsista do CNPq, entre 2003 e 2008, quando Lula era o presidente da República, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR).

A direção da UNIFAP se pronunciou sobre o lamentável caso e chamou a conduta de Sheylla de “assédio” e que a instituição vai se “contrapor a toda e qualquer forma de conduta que reprima o pensamento ou liberdade de nossos acadêmicos e servidores”. A reitoria da universidade pública disse ainda que “analisa o caso” e que “tomará as providências necessárias após as devidas apurações”.