ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro é condenado por propaganda eleitoral antecipada pelo TSE

Tribunal condenou o presidente a pagar multa de R$ 20 mil por conta de reunião com embaixadores realizada em Brasília no mês de julho

Bolsonaro mente sobre sistema eleitoral brasileiro em reunião com embaixadores estrangeiros.Créditos: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) tomou mais uma invertida da Justiça Eleitoral. Dessa vez, foi condenado por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ter feito propaganda eleitoral antecipada em reunião com embaixadores realizada em Brasília no último dia 18 de julho. Na ocasião, o mandatário questionou, em tom conspiratório e sem provas, a segurança das urnas eletrônicas e a credibilidade do sistema eleitoral.

Em decisão divulgada nessa sexta-feira (30), os magistrados condenaram o presidente a pagar multa de R$ 20 mil à Justiça. Recursos públicos e estruturas do governo foram utilizadas para organizar o evento.

"A deslegitimação do sistema, a partir da construção de fatos falsos, forjados para conferirem estímulos artificiais de endosso a opiniões pessoais, é comportamento que já não se insere no legítimo direito à opinião, dúvida, crítica e expressão, descambando para a manipulação desinformativa", afirmou a ministra Maria Cláudia Bucchianeri, relatora do caso no TSE. Ela considerou que o discurso de Bolsonaro colocou todo o “jogo democrático” em risco. Seu voto foi seguido pelos demais magistrados.

Na reunião com embaixadores estrangeiros, foi exibida uma apresentação de Power Point com teorias conspiratórias, já desmentidas em inúmeras ocasiões, sobre suposta fraude nas urnas eletrônicas. Entre as mentiras contadas por Bolsonaro, está, por exemplo, a de que as urnas não são auditáveis.

Outra mentira proferida pelo presidente é sobre o inquérito da Polícia Federal, autorizado pelo STF, sobre suposto ataque hacker às urnas eletrônicas em 2018. O TSE, no entanto, já informou que, na apuração, foi concluído que não houve qualquer tipo de fraude ou alteração nos resultados.

*Com informações do G1.