Circulam nas redes sociais prints de mensagens atribuídas ao escritor Eduardo Bueno, conhecido como Peninha, em que ele teria reagido de forma racista e homofóbica à derrota do Grêmio para o Internacional no clássico do último domingo (24).
Na mensagem, Peninha, que já foi comentarista esportivo do SporTV, chama o Internacional de "macaco" e o São Paulo de "bambi". ""Lembranto q macaco TEM cor - e não eh pretas eh vermelha", diz o comentário que teria sido feito em um grupo de escritores gaúchos. Nas redes sociais, esse print foi classificado como racista.
O escritor Fabrício Carpinejar, que seria um dos integrantes desse grupo, reagiu nas redes sociais. "Num grupo privado de WhatsApp de que participo, um escritor gremista chamou os colorados de macacada depois da vitória do Inter no Gre-Nal. Ele tem discernimento, tem cultura, tem formação, nada disso o impediu de ser racista", escreveu no Instagram.
Essa não é a primeira vez que Peninha é acusado de racismo, sendo alvo de críticas até mesmo do grupo Grêmio Antifascista.
A Fórum entrou em contato com Bueno via e-mail pedindo uma posição sobre o comentário e a resposta de Carpinejar, mas não conseguiu resposta.
O comentário atribuído a Peninha não foi a única manifestação racista que ocorreu após o Gre-Nal, como expôs o Observatório da Discriminação Racial no Futebol em nota. O Internacional, inclusive, comentou sobre a situação nas redes: "Sempre importante reforçar: o CLUBE DO POVO repudia toda e qualquer manifestação racista".
No texto que seria "dedicado" a Peninha, Carpinejar também comenta sobre isso. "E? na raiva que o preconceito emerge dos seus pa?ntanos. E? fa?cil ser educado e respeitoso nas conquistas, o difi?cil e? ter classe e elega?ncia na derrota. Na?o foi o u?nico: milhares de mensagens pu?blicas nas redes sociais continuam associando o si?mio ao clube do povo, negando a histo?ria e o valor da rac?a negra e exercendo um discurso de superioridade e supremacia brancas", afirmou.
"Não são casos isolados, mas manobra orquestrada em massa recorrendo a um discurso secular de dominação. [...] Trata-se da Ku Klux Klan disfarçada de torcida, com os capuzes do ódio e da segregação nas arquibancadas digitais. A CBF precisa tomar providências urgentes", completa.
"Se o clube não educa o seu torcedor, é somente penalizando o clube que o torcedor entenderá a gravidade da ofensa", finaliza.
Confira: